segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

::: Barquinha, o Antropoceno, Caetano Veloso e o velho xamã :::

"Natureza está cobrando,
os homens estão brincado".

A Natureza quer
o que é dela"
Quando o vereador Barquinha expressa essas proposições revela uma compreensão filosófica e política muito sofisticada.
A maioria dos pensadores do século XXI entende a Natureza como um agente político.
Ou seja, a concepção antropocêntrica da política centrada na figura humana que guiou toda a política moderna não é suficiente para as questões postas no século XXI.
A Natureza e o conjunto de fenômenos naturais se manifestam cada vez mais intensamente como resposta a ação predatória humana.
Os cientistas chamam este momento de Antropoceno, ou seja, para eles vivemos em um era em que as ações humanas tornaram-se perigosas para a própria existência humana no Sistema Terra.
O humano que por séculos não ocasionaram danos severos à Natureza passaram, notadamente após a Revolução Industrial, a influenciar diretamente nas condições climáticas e assim nos destinos da vida no Planeta.
Entre os resultados das ações catastróficas do homo sapiens podemos listar: derretimento das geleiras, aumento do nível dos oceanos, acidificação dos oceanos, perda de biodiversidade, pandemias, grandes períodos de estiagem e chuvas escassas porém volumosas e em curto espaço de tempo.
Então quando Barquinha diz que a Natureza está cobrando ele está dizendo que a humanidade se quer continuar a existir terá que mudar suas atitudes, a começar pela arrogância de achar que está sozinha neste Planeta. Não, não está este Planeta está vivo, resta saber se nós seremos capazes de estar também.
"Natureza está cobrando,
os homens estão brincado".
Aprender a negociar politicamente com Gaia talvez seja tarefa dos velhos xamãs, aqueles que os brancos insistem em desprezar, mas como que alguns, sabiamente, como Caetano, souberam ouvir:
"Um índio descerá de uma estrela colorida, brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul
Na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
(...)

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