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“Há na província uma reação invisível contra a atividade intelectual, algo que vai aos poucos roendo os sonhos do artista. A província não opõe nada ao ato criador, não há um choque, uma guerra, um combate honesto. É areia movediça que vai enterrando aos poucos. Se ao menos houvesse luta. Mas não. O que há é um simples absorver, um indiferente desconhecimento da atividade artística, um silêncio, uma incapacidade de julgamento, uma falta de vivência da coisa arte, uma falta de interesse, de estímulo, de ambiente, de crítica, de gosto, de público. O artista na província é uma figura quixotesca pronta para a luta, mas encontra o campo vazio. Sua figura é até ridícula, quando não grotesca. Nada se opõe a ele. Pode fazer o que quiser,
provocar ou acomodar-se, ninguém nota. Ou, se nota, é migalha demasiado insignificante para sua fome de realização.”
Ivan Ângelo
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