Conversando com um amigo sobre as ruínas da Estação de Trem do Bairro de Brazópolis "Cruz Vera" colocamos a seguinte questão: o que se encontra hoje de pé estará daqui a 100 anos?
Quais construções, quais monumentos, - enquanto indivíduos organizados culturalmente - seremos capazes de erigir e manter de pé ao longo da força inexorável do tempo?
Hoje muito se fala que o velho tem que ser destruído para dar lugar ao novo. Mas este novo durará quanto? O asfalto durará mais do que os paralelepípedos? O atual calçamento do Calçadão da Rua São José durará mais do que as pedras portuguesas dispostas em complexa geometria arrancadas brutalmente?
Já ouvi até gente dizendo que o Mercado Municipal de Paraisópolis teria que ser demolido para dar lugar a algo novo. Que absurdo! Mas este novo durará quanto? Este "novo" defendido por indivíduos sem senso histórico durará mais do que o Mercado hoje existente?
Imaginemos se outras cidades tivessem feito o mesmo. Então estas estações poderiam compor um circuito cultural regional de estações, conectando artistas, artesãos, saberes. Esperamos que Brazópolis consiga recuperar sua Estação. Segundo a edição de 9 de outubro de 1909 do jornal "O Estado de S. Paulo": "prosseguem com grande atividade os trabalhos de construção do ramal férreo que a Companhia Sapucahy está construindo do Piranguinho a São José do Paraiso, passando pela Villa de Vargem Grande, no Estado de Minas. O serviço de locação já se acha no lugar denominado Vera Cruz, adiante de Vargem Grande e duas léguas em direcção a São José do Paraíso".
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